Hidrolato de Aroeira
100 % puro e agroflorestal
Nome botânico: Schinus terebinthifolius Raddi
Família botânica: Anacardiaceae
Parte utilizada: Folhas e frutos frescos
Método de extração: Destilação por arraste de vapor
Origem botânica: Nativa da América do Sul, especialmente Brasil, Paraguai, Uruguai e norte da Argentina. Amplamente encontrada nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga¹.
Descrição botânica
A Schinus terebinthifolius é uma árvore perenifólia de pequeno a médio porte, com folhas compostas, aromáticas e frutos esféricos, avermelhados, popularmente conhecidos como “pimenta-rosa”. Durante a destilação, compostos altamente voláteis presentes no óleo essencial são em grande parte separados da água destilada, resultando em um hidrolato com ácidos fenólicos solúveis (como ácido gálico e elágico), taninos leves, traços de flavonoides solúveis e álcoois terpênicos hidrossolúveis, como α-terpineol, linalol e terpineol-4-ol².
Usos terapêuticos e cosméticos do hidrolato
Dermatologia e cosmética natural
- Possui ação adstringente, purificante e suavemente anti-inflamatória, tornando-o adequado para peles oleosas, acneicas ou inflamadas³.
- Útil como tônico facial para limpeza diária, inclusive para peles masculinas, com tendência a foliculite ou dermatites.
- Pode ser usado na forma de spray pós-barba ou pós-depilação, com leve efeito antisséptico e calmante.
Ginecologia natural
- Utilizado com segurança em banhos de assento ou lavagens externas para suporte a infecções genitais leves, candidíase, leucorreia ou inflamações do trato vaginal⁴.
- Os compostos solúveis da aroeira demonstram atividade antifúngica, anti-inflamatória e cicatrizante suave, e são bem tolerados pelas mucosas⁵.
Fitoterapia aquosa complementar
- Algumas abordagens da fitoterapia aquosa sugerem o uso de hidrolato de aroeira diluído em água como auxiliar digestivo (uso tradicional), mas isso carece de estudos específicos em humanos; seu uso oral deve ser restrito a orientação profissional⁶.
Uso ambiental e energético
- Em borrifações ambientais, é utilizado como purificador de espaços e tecidos. Sua ação antisséptica leve contribui para controle de odores. Tradicionalmente associado à limpeza e proteção energética, embora esse uso não tenha comprovação científica.
Recomendações de uso
- Via tópica: como tônico facial, compressas, sprays pós-barba, loções para peles com tendência a inflamação.
- Uso ginecológico: banhos de assento, lavagens externas.
- Ambiental: borrifação em tecidos, ambientes, estofados
Precauções de uso
- Conservar ao abrigo da luz e refrigerar após aberto.
- Validade: 6 meses após abertura.
- Não aplicar diretamente em feridas abertas.
- Raros casos de reações cutâneas em pessoas sensíveis à família Anacardiaceae⁷.
- Evitar ingestão sem orientação técnica e controle microbiológico certificado.
Referências
- Lorenzi, H., & Matos, F. J. A. (2008). Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto Plantarum, p. 139.
- Santos, J. F. et al. (2020). “Caracterização fitoquímica de hidrolatos de Schinus terebinthifolius e atividade antimicrobiana.” Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 22(1), 25–32.
- Souza, C. A. et al. (2022). “Aplicação cosmética de hidrolato de aroeira: avaliação clínica em peles acneicas.” Estética & Ciência, 6(3), 22–30.
- Catty, S. (2001). Hydrosols: The Next Aromatherapy. Healing Arts Press, pp. 118–119.
- Faucon, M. (2016). Les Hydrolats: Aromathérapie - Science et Tradition. Éditions Sang de la Terre, p. 188.
- Silva, M. I. G. et al. (2019). “Potencial farmacológico de compostos solúveis presentes em hidrolatos da flora brasileira.” Revista Brasileira de Farmacognosia, 29(4), 557–568.
ANVISA. (2019). Dossiê Técnico: Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-vermelha). Série C.